Largo
O rei Davi tinha uma harpa em cima do leito,
seu sono era tranqüilo. Ao longe
alguém ouviu um harmônio, uma voz cantava
sem que sentido algum ligasse as palavras.
Para onde iam, nem mesmo companheiras? Intinerário
impressentido as levava. Teriam escolhido
ir a parte alguma -- rios libertos de um percurso?
No largo mostrou-se o indício de um caminho
mas logo viu-se só -- vento e folhagem.
Indagações morriam nos ângulos
num chão de musgos. Ouvir, ouviu a música distante.
Percebeu a imagem -- jamais a vira antes --
esvaindo-se ao fim da melodia.
Dora Ferreira da Silva,
Poesia reunida
1 Comments:
Que poema lindo!
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