Do livro das viagens
Liliana Ponce não esqueceu o seu casaco no salão de chá
Liliana Ponce nem estava de casaco
(No Rio de Janeiro fazia um belíssimo dia de sol e dava gosto olhar cada ferida exposta na pedra)
Liliana Ponce, conseqüentemente, não teve que voltar à pressas para a casa de chá
(a garçonete com cara de flautista da Sinfônica de São Petersburgo não veio nos alcançar à saída acenando um casaco esquecido)
Desse modo Liliana Ponce chegou a tempo de pegar o avião
Partiu para a Argentina
[Carlito Azevedo, Sublunar, 2001
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