sexta-feira, dezembro 15, 2006

Milva / Astor Piazzolla, 1984

"Abraça-me com força,
agora que vou morrer" - não
era bem assim, em italiano,
quando decidiu ajoelhar-se
no Théâtre des Bouffes du Nord.
Mas é o que me apetece dizer dessa noite,

dessa noite "antiga como o tempo"
que viajou num cassete
em casebres demolidos
e sofreu amputações
por culpa de um charro
ou de alguém que nunca vi,

até que chegasse a mim,
não menos casualmente.
Muito anos depois,
encontrei o disco e assustou-me
a perfeição, a certeza
de ter ganho tudo aquilo que perdi.

[manuel de freitas
[jukebox, abril de 2005

2 Comments:

At 15.12.06, Blogger Pesa-Nervos said...

...lança um do Alexandre O'Neill em minha homenagem, abração, Franklin

 
At 16.12.06, Anonymous Anônimo said...

mergulhar na pergunta caótica e nos sentirmos bem
ouvi piazola ano passado e residi naquele momento em um telemnésia.

 

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