terça-feira, maio 29, 2007

Intriga


Poderia ser um crime aquilo que persegue ou poderia ainda estar sendo perseguido pelos mesmos que tinham capturado os demais.
É um homem igual a qualquer outro, poucas
horas de sono, algumas histórias e um revólver
que deveria ou não vir por baixo de sua camisa.
Como nós, acredita em Deus e na possibilidade
de nem sempre ter as coisas por perto. Mas
em breve podem lhe apontar uma arma
ou talvez seja ele, ainda aqui, quem deva apontá-la
para alguém. Às vezes pensa que não existem
muitas escolhas. Sim, talvez apenas nós
possamos adivinhar o porquê dos disparos.
Por isso é que entendemos, até mais do que deveríamos,
sua pressa. Seríamos capazes de repeti-la, se necessário,
assim como já fizemos a outros. Porque, querendo
ou não, já sabemos onde toda a trama termina.
Enquanto isso, continua, a caminho tropeça.
Prossegue até que vence a margem. Atinge
a borda. A cidade como qualquer outra
numa situação dessas é mal iluminada.
Então olha para trás. Uma folha é uma folha, diz.
Chove. As testemunhas, que não podem
ser vistas, acabaram de chegar.
Quanto tempo ele ainda tem, perguntam.
Poderia ser um crime aquilo que persegue ou poderia estar ainda sendo perseguido pelos mesmos que tinham capturado os demais.
É um homem igual a qualquer outro, algumas
histórias e os mesmos passos em falso.
Como nós, lentamente ele se apressa.
Imóvel vê apenas o que vê. Finalmente
nos encontramos, diz,
me chamo Boileau, qual o seu nome?

1 Comments:

At 30.5.07, Anonymous Anônimo said...

excelente!
muito bem lembrado e conduz à identificação! cheguei a olhar para trás, sempre a correr para a frente...

 

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