sábado, dezembro 30, 2006

Daqui um poema para o ano novo. Nem sei se o melhor para a ocasião. De qualquer forma é um poema de Carlos de Oliveira. E isso já o torna especial de antemão. Claro, menos pela "pedra" e coisas afins do que pelo "eu" do último verso. É, me parece que esse foi um belo ano. /

Fóssil

A pedra
abriu
no flanco sombrio
o túmulo
e o céu
duma estrela do mar
para poder sonhar
a espuma
o vento
e me lembrar agora
que na pedra mais breve
do poema
a estrela
serei eu.

[cantata, 1960