Sub Rosa
Palma da mão aberta, por cima da pele
deito esta queimadura que, como parece,
não doeu quase nada. Depois de uns minutos
e de outras tentativas menos eficazes,
acendo meu cigarro para que nada fuja
do controle. Você não precisa dizer
tudo, eu quero só o nome e pronto acaba.
O cigarro por isso começa a sumir
cauterizado sob a pressão da mistura
de rosa e roxo em sua bochecha, a esquerda.
Sim, a mesma que já cedera aos hematomas
da mesa onde depois iríamos prender
seus braços já sem força ou quem sabe quebrados.
Duvido que diga algo além dessas bobagens.
Só mais um pouco, já começamos, agora
é terminar. O que é isso, você ouviu?
Ouvi, acho que veio lá de fora. Não,
foi da cozinha, calma aí, eu volto já.
Tiro e coloco então sobre a mesa o revólver,
como das outras vezes, tenho pouco tempo.
4 Comments:
dear...
dá uma olhada na coleção, pus algo para todos nós:)
http://ncrln.blogspot.com
beijos grandes!
eu já disse que estou amando isso aqui?
Aqui entre nós, vítima e carrasco disputam o mesmo tempo, não?
Que sacada a sua! muito boa essta história do tempo: obrigado.
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