O hóspede
Que hóspede silencioso
recebeste em tua morada!
Usa teus lençóis e toalhas,
barbeia-se com teu creme
Não se arreda de ti.
Segue-te como um cão.
Arranchou em tua carne.
Ancorou em tuas lágrimas.
Vê que teus olhos
perderam o viço
e se mostra o olhar
maligno desse estranho.
Estão mais finos os teus lábios
e a boca curva-se para baixo.
Percebeste que os amigos
já se mostraram reticentes
quando se encontram contigo?
Este hópede
vem-te roubando
o riso, o humor, a memória.
Em morte dupla
vai acabar esta história.
Donizete Galvão,
Mundo mudo
1 Comments:
Legitimamente tu dirias: - mudo mundo - com a tua visão peculiar do mundo e o imperativo ético da mudança!
(vd. "Terceira Margem: Revista do Centro de Estudos Brasileiros", Fac. de Letras da Univ. do Porto, nº 5, 2004)
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